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Este microbook é uma resenha crítica da obra: How not to die
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-85-510-0186-8
Editora: Intrínseca
Greger compartilha com os seus leitores o que considera um dos mais bem guardados segredos da medicina: o corpo, em condições apropriadas, se cura. Isso significa que, se você bater a sua canela na mesinha de centro da sala, o local pode ficar dolorido, inchado e vermelho.
Contudo, ele se curará naturalmente, caso você aguarde o corpo operar sua “mágica”.
Mas e se continuar batendo sempre o mesmo local 3 vezes por dia? Nesse contexto, ele nunca será curado.
Seguindo o raciocínio do autor, se você procurasse um médico para reclamar de dor na canela, ele provavelmente sacaria um receituário, a fim de prescrever analgésicos. Logo, você voltaria para casa, ainda batendo o local machucado 3 vezes a cada dia.
Porém, os comprimidos receitados para a dor fariam você se sentir bem melhor. Felizmente existe a medicina moderna, não é mesmo? É isso o que ocorre quando os pacientes tomam nitroglicerina para tratar dores no peito.
Dito de outra forma, a medicina é capaz de oferecer um tremendo alívio. Porém, ela não trata as causas mais profundas. O corpo humano deseja recuperar sua condição de saúde, no entanto, você deve agir para que isso se concretize.
Caso continue se ferindo 3 vezes por dia, qualquer processo de cura será interrompido. Considere o cigarro e o risco inerente de câncer de pulmão. É impressionante que, 15 anos após abandonar o vício, o risco de um ex-fumante desenvolver essa doença seja igual ao de uma pessoa que nunca fumou na vida.
Os pulmões são capazes de limpar todo o alcatrão acumulado e, aos poucos, quem fumava alcança um estado semelhante ao de quem jamais colocou um cigarro na boca.
O corpo anseia pela saúde. Em todas as noites da vida de um fumante, quando ele adormece, um processo de cura é reiniciado e dura até que ele acenda um novo cigarro pela manhã.
Assim como você pode ferir novamente os seus pulmões, também poderá ferir as suas artérias em cada mordida. Obviamente, pode escolher a moderação, dando pancadas menores em si mesmo, mas qual é o sentido de se machucar?
O autor afirma que você pode tomar uma simples, mas importantíssima decisão: parar de causar prejuízos ao seu organismo, abandonar os velhos hábitos nocivos e deixar que processo natural de cura o leve de volta a um estado de plena saúde.
Embora a maior parte das ocorrências de câncer no pulmão seja diretamente atribuída ao vício do cigarro, cerca de 25% dos casos acontecem com pessoas que nunca fumaram.
Lembre-se que uma parcela desse total é composta por fumantes passivos, mas outras causas da doença incluem um diferente tipo de fumaça com alto potencial de causar câncer: os vapores das frituras.
Ao ser aquecida para alcançar o ponto de fritar, a gordura libera no ar substâncias químicas tóxicas, voláteis e com propriedades mutagênicas, ou seja, que podem causar mudanças genéticas. Esse fenômeno ocorre tanto com a gordura vegetal quanto a animal, como óleos de cozinha e banha de porco.
Isso pode acontecer antes que a fumaça seja expelida. Caso você frite alimentos em sua casa, garantir uma boa ventilação da cozinha reduz os riscos de desenvolver câncer de pulmão.
O perigo pode variar, dependendo do que for frito. Um estudo realizado com mulheres chinesas concluiu que as fumantes que fritavam carnes diariamente, remexendo-as rapidamente nas frigideiras, têm cerca de 3 vezes mais chances de desenvolver câncer de pulmão.
Esse fenômeno pode ser explicado pela presença de um grupo de carcinógenos chamados “aminas heterocíclicas”. Sua formação é causada pela exposição do tecido muscular a altas temperaturas.
Não é fácil distinguir os efeitos causados pela fumaça da carne daqueles gerados em decorrência de comer este alimento. Mas um recente estudo com grávidas e churrasco tentou destrinchá-los.
Ao grelhar carnes, são produzidos HPAs (“hidrocarbonetos policíclicos aromáticos”), que são considerados os mais prováveis carcinógenos decorrentes da fumaça dos cigarros.
Os cientistas comprovaram, ainda, que o ato de ingerir carnes grelhadas a partir do sétimo mês de gestação está diretamente associado a um menor peso dos bebês recém-nascidos.
Esse mesmo estudo, insiste o autor, indicou que as mães expostas somente à fumaça da carne apresentam uma clara tendência a terem filhos com déficit de peso.
Exposições à fumaça que vem das carnes estão associadas, também, às dimensões cranianas dos bebês, indicando seu volume cerebral. Recentes estudos acerca da poluição no ar apontam que uma exposição pré-natal aos HPAs pode acarretar futuros efeitos adversos no desenvolvimento cognitivo das crianças.
O assunto é tão sério que o simples fato de residir ao lado de um determinado restaurante pode representar perigos à saúde. Os cientistas estimam os riscos do desenvolvimento de câncer entre as pessoas que moram nas proximidades dos exaustores presentes em churrascarias e restaurantes de culinária americana e chinesa.
Apesar de a exposição à fumaça desses restaurantes causar níveis alarmantes de HPAs, os estabelecimentos que servem comida chinesa provaram ser ainda mais danosos.
A explicação passa pelas quantidades de peixes fritos. Não se esqueça que a fumaça desses alimentos contém altos níveis de HPAs que, por sua vez, podem danificar seriamente o DNA das células pulmonares.
Em função do risco de câncer, os estudiosos concluíram que não é seguro permanecer nas proximidades dos exaustores dos restaurantes chineses por períodos superiores a 2 dias por mês.
Agora que chegamos à metade da leitura, vamos conhecer dois elementos fundamentais para complementar uma dieta baseada em vegetais: o melhor tipo de adoçante e a prática regular de exercícios físicos.
Nosso autor cita uma pesquisa que sugere que acrescentar açúcar na dieta pode anular certos benefícios das bebidas, ao passo que a inclusão de adoçantes artificiais, como a sacarina e o aspartame, pode ter efeitos ainda mais prejudiciais.
Nesse cenário, será que há algum adoçante capaz de promover a saúde? Para Greger, os únicos que têm esse poder são o açúcar de tâmara e o melaço. Outros adoçantes calóricos e naturais, como mel, xaropes de bordo, açúcar menos processado obtido da cana-de-açúcar, de arroz integral e de agave, não são suficientemente nutritivos.
Considere o exemplo do açúcar de tâmara: esse alimento integral é composto simplesmente de frutos secos moídos e convertidos em pó. Podemos citar também as pastas de ameixa seca e tâmara, que podem ser compradas prontas ou feitas em casa.
Todos são boas alternativas para utilizar em assados. Quanto às bebidas, o sabor característico do melaço pode ser muito forte. Por outro lado, os adoçantes fabricados a partir de alimentos integrais apresentam o inconveniente de não se dissolverem por completo.
Abordando a estévia, outro adoçante popular, Greger informa que, na década de 1990, pesquisas realizadas no Japão concluíram que seu ingrediente ativo (esteviosídeo) parecia ser inofensivo.
Entretanto, nas entranhas dos ratos usados em laboratório, bactérias intestinais o converteram em uma substância de alta toxicidade, denominada esteviol, que pode elevar bastante os danos mutagênicos, in vitro, ao DNA.
Os seres humanos, infelizmente, possuem as mesmas atividades bacterianas em seus intestinos. Contudo, o veneno é feito por sua dosagem. Dito de outra forma, a OMS (Organização Mundial da Saúde) sustenta que há uma quantidade segura para se consumir estévia: até 1,8 mg por 450 g de peso corporal.
Se levarmos em consideração a predileção dos estadunidenses pelos doces e começarmos a adoçar tudo com essa substância, passaríamos os limites de segurança. Mesmo assim é considerado inofensiva a ingestão de, no máximo, duas bebidas adoçadas com estévia ao dia.
Os álcoois presentes no açúcar xilitol e sorbitol são inofensivos, mas, por não serem absorvidos pelo organismo, acabam sendo depositados no cólon, atraindo líquidos e causando diarreias.
Por essa razão, eles são utilizados comercialmente apenas em pequenas quantidades, por exemplo, em chicletes e balas de menta, mas nunca em bebidas.
Só para exemplificar, um composto similar a eles, chamado de “eritritol”, é absorvido pelo corpo, podendo ser inofensivo como o xilitol, mas sem causar os indesejáveis efeitos laxantes. Essa substância está naturalmente presente nas uvas e peras. A indústria utiliza levedura para a sua produção.
As diretrizes atuais relacionadas à prática de atividades físicas orientam os adultos a realizarem, ao menos, 150 minutos de exercícios de tipo aeróbico a cada semana, o que equivale a pouco mais de 20 minutos diários.
Essa quantidade é inferior ao proposto nas recomendações anteriores, provenientes de órgãos como o Colégio Americano de Medicina Esportiva, os centros de prevenção e controle de doenças e o serviço nacional de saúde pública dos Estados Unidos. Essas instituições indicavam a necessidade de, no mínimo, 30 minutos diários de atividades físicas.
Segundo o nosso autor, as autoridades contemporâneas caíram na mesma armadilha que os profissionais de nutrição, ao recomendarem o que creem ser mais fácil das pessoas praticarem, em vez de se limitarem a informar o que o conhecimento científico sustenta, deixando que os cidadãos façam escolhas bem informadas.
Como essas autoridades já enfatizam que qualquer quantidade de atividades físicas é melhor do que o sedentarismo, Greger se mostra preocupado com o fato de não dizerem, de uma só vez, toda a verdade ao público.
Um bom exemplo pode ser encontrado no fato de 150 minutos semanais de caminhada serem comparativamente superiores a 60 minutos. Seguir a atual recomendação pode reduzir os índices de mortalidade em 7%.
Meros 60 minutos de caminhada semanal reduzem os índices de mortalidade para 3%. Porém, 300 minutos geram uma impressionante queda de 14%. Em conclusão, caminhar o dobro do que é atualmente recomendado implica em duplicar os benefícios.
Greger utiliza o exemplo da caminhada porque ela é uma atividade que quase todas as pessoas podem fazer. Porém, o mesmo princípio vale para outros exercícios com intensidade moderada, como andar de bicicleta ou varrer o jardim.
Ao final da obra, Greger revela que seu objetivo é oferecer informações que ajudem os leitores e os inspirem a realizar mudanças saudáveis em suas vidas. Entretanto, tudo depende das próprias pessoas.
Tenha em mente que só existe uma forma de alimentação comprovadamente eficaz para reverter enfermidades cardíacas: uma dieta baseada nos alimentos vegetais e integrais.
O autor sugere que façamos somente uma simples pergunta sempre que alguém nos oferecer uma nova dieta: “foi provado cientificamente que essa dieta pode reverter doenças cardíacas”?
Caso a resposta seja negativa, não há motivos razoáveis para segui-la. Por outro lado, dietas à base de alimentos integrais e vegetais podem fazer isso. Portanto, elas deveriam ser amplamente adotadas.
Por fim, o fato de serem tão efetivas no controle, tratamento e prevenção das principais causas de mortes consiste em um argumento irrefutável. Tudo o que Greger pede é que você tente. Afinal, essa decisão poderá salvar sua vida.
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A obra foi escrita por Michael Greger, um médico e palestrante especializado em nutrição. Além disso, ele é uma a... (Leia mais)
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